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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Nota putrefata >>>

Passei anos ouvindo sobre como meus os meus heróis morreram, bêbados, drogados, pobres, indigentes, loucos, nus, podres. Ainda me pego refletindo sobre qual seria o curso daquele “errante” deitado no banco imundo da rodoviária, catando baganas de cigarros, ou tapado por algum jornal, tiritando de frio.

Imagino com pesar! A rota do rapaz sem banho e com a barba por fazer que pára na frente da faculdade para olhar uns belos rabos femininos, comendo um pedaço de pão seco ou simplesmente jogando alguma bebida forte pra dentro com um livro na mão e sendo sem sombra de duvida uma historia incrível e inimaginável.

Cada vez que vejo um destes caras perdidos penso nos meus heróis que partiram desgraçados, famintos e paupérrimos, sem os tostões que lhes serviram tão gentilmente quando quiseram travestir suas dores e indignações com as frustrantes pessoas e com o mundo e com eles mesmos.

Se foram sem o viciado breve adeus que davam, sem a liberdade pela qual lutaram, mas que os impôs a estafante realidade rotineira, cheia de regras e meandros, se foram rendidos e apáticos, e adormecidos, e suados, torturados pelo imenso buraco que engole a todos sem distinção entre as infindáveis diferenças, estas que para todos heróicos homens, não eram nada além de características.

Essa sensação se propaga gostosamente na finda e crua realidade, no julgamento ruim que não se aplica aos bons moços [que se encaixam perfeitamente], mas a todos que deixam o rio da vida seguir seu curso, sem duvidas, querendo apenas saber do sim, para viverem o bom e o ruim.


Diego.

2 comentários:

Paula Barros disse...

As vezes me pego refletindo assim, sobre os outros e sobre minha vida. Nunca saberemos, essa é a verdade.

abraços

Marcelo A. disse...

Me vez lembrar o Cazuza: "Meus heróis morreram de overdose..."

Muito boas letras são as suas, meu querido!

Sucesso e valeu pelo comentário!

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