Mais uma vez se apresentava no palco minúsculo de uma boate, não era aquilo que sonhara, nem o que chamava de vida, Martina foi ao camarim trocar o figurino e retocar a maquiagem, mas aos quarenta anos já não estava mais com tudo em cima. Voltou ao palco. A mesma boate há quinze anos, o mesmo antro com perdidos e fuleiros, os poucos trocados e aquela fumaça cheirosa, Martina ainda sentia náuseas com aquela fumaça. No fim do show, sentou-se na copa, tomou uma dose de tequila, orientou o barman que deixasse a garrafa ali, fumou uma cigarrilha enquanto entornava seu vício.
Martina era uma ótima cantora, apaixonada por rumba, mexicana, perdeu uma grande oportunidade de ser uma estrela, no começo da carreira tinha recebido uma proposta de ir até a América do Norte para cantar músicas apelativamente populares em troca de um bom contrato, fama, bebidas caras, drogas caras e com certeza com o dever de ir para a cama com os dirigentes das gravadoras, empresários ou qualquer um que fosse que eles mandassem. Mas Martina era uma mulher de valor e nunca transaria por fama, quisera o prazer de fazer o que amava. Cada vez que subia no palco Martina Herrera brilhava, sentia prazer, se deliciava com sua música, dançava, cantava e emocionava, era a entrega total, uma paixão visceral.
Já bebendo a quinta dose de tequila, ria de canto de boca, imaginando a vida que levaria caso tivesse aceitado aquela proposta, Martina sabia que nunca seria feliz, imaginava que teria um filho e não saberia quem era o pai, imaginava que morreria de desgosto ou overdose, mas não! Ali estava ela, ferrada, bêbada, mas com a alegria de fazer o que gostava, orgulhava-se da sua fibra.
Bateu a cinza da cigarrilha, bebeu o último gole da tequila, tomou um comprimido e subiu no palco, outro show começaria, lá voltou Martina Herrera a fazer amor com sua rumba, a sonhar em terminar seus dias naquele belo gingado. Sem arrependimento.
Martina era uma ótima cantora, apaixonada por rumba, mexicana, perdeu uma grande oportunidade de ser uma estrela, no começo da carreira tinha recebido uma proposta de ir até a América do Norte para cantar músicas apelativamente populares em troca de um bom contrato, fama, bebidas caras, drogas caras e com certeza com o dever de ir para a cama com os dirigentes das gravadoras, empresários ou qualquer um que fosse que eles mandassem. Mas Martina era uma mulher de valor e nunca transaria por fama, quisera o prazer de fazer o que amava. Cada vez que subia no palco Martina Herrera brilhava, sentia prazer, se deliciava com sua música, dançava, cantava e emocionava, era a entrega total, uma paixão visceral.
Já bebendo a quinta dose de tequila, ria de canto de boca, imaginando a vida que levaria caso tivesse aceitado aquela proposta, Martina sabia que nunca seria feliz, imaginava que teria um filho e não saberia quem era o pai, imaginava que morreria de desgosto ou overdose, mas não! Ali estava ela, ferrada, bêbada, mas com a alegria de fazer o que gostava, orgulhava-se da sua fibra.
Bateu a cinza da cigarrilha, bebeu o último gole da tequila, tomou um comprimido e subiu no palco, outro show começaria, lá voltou Martina Herrera a fazer amor com sua rumba, a sonhar em terminar seus dias naquele belo gingado. Sem arrependimento.
10/07/2005
Diego.
4 comentários:
de identificação com Martina só a paixão pela dança mesmo...
bj bj bj
Bem-hajam as Martinas Herreras que enchem uma sala com a sua sensualidade. Tímida como sou, iria precisar de muito gole da tequila pra arrancar um show.
beijocas amigo
Diego, boa pergunta lá no blog.
Sim, prudência de mais fecha portas, janelas, corações, a alma, a mente....
Mas tem momentos que é melhor ter prudência. E ouvir o medo. Pelo menos foi assim quando escrevi.
E preciso me obedecer quanto a ter prudência em excesso, nesse momento, nesse caso.
obrigada, abraços
Acredito, Diego, que o melhor da vida é ter atitudes, tomar decisões, baseados em nossos princípios, para não ter arrependimento.
Mesmo que um dia a gente pare, e pense o como seria...mas termos a consciência que tomamos a melhor decisão que pudemos naquela época. E seguir em frente, sem arrependimento.
E de alguma forma volta o termo prudência. Não é mesmo?
Encontrei uma palavrinha no seu texto que faz um mês que mexe comigo, e já tentei escrever sobre ela - visceral.
abraços, um belo texto, uma boa narrativa, e com vários temas a serem pensados sobre a vida e suas escolhas.
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