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sábado, 14 de junho de 2008

# 157

Violado

Cheguei sentir a dor do pulso cortado
Mas ele estava intacto
Cheguei a chorar o vazio do amor deixado
Mas este sempre fora amado
Perdi a conta dos tijolos que desperdicei
Mas muito construí
Nem sei como doeu tanto quando caí
Pois fio só uma volta a mim

Cheguei a vivenciar a dor do parto
Sem jamais ter plantado a semente
Cheguei ao início
Tendo partido do meio
Ganhei desgostos com as peças que juntei
Mas logo desmanchei
Sei que viverei até descobrir
Uma razão para ser assim

Cheguei perto e não alcancei
Mas não errei o caminho
Cheguei a sorrir o amor vivido
Até mesmo quando deixado
Perdi minha fé nas batalhas vencidas
Mas orei
Nem sei ao certo o que eu sou
Só pretendi me dividir


Diego.
escrito em 26/9/2005

5 comentários:

Drica Menezes disse...

Triste, profundo, reflexivo e belo é assim q defino este poema, faz pensar em diversos momentos da vida....lindo!

Renata disse...

Diego, lindo isso. Mesmo.

Já pensou em publicar seus escritos?

Ingrith disse...

Nossa, muito bonito! Suspeito que isso foi antes da cirurgia?!

Anônimo disse...

Adar com um texto maravilhoso.
muito boas, mo' gostou muito, da mesma maneira que o blog, obrigado muito

Intransitiva disse...

Tive sensações semelhantes nos dois poemas.Ambos transitando vida e morte, felicidade, tristeza, presença, saudade. Interessante o paradoxo de sentimentos que tu propões.
Sei que em época de faculdade é dificil ler outros livros além dos seus, mas para tua prática de métrica sugiro:
Versos, Sons, Ritmos. Norma Goldstein.Ática, 2001.
É um livrinho pequeno, curtinho e muito didático.Pra quem se interessa pelas rimas.
Abraço e não pare de escrever!

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